TRATAMENTO QUE RESPEITA VOCÊ

Modelo Conceitual

O Hospital Estância Morro Grande nasce como resposta para as novas necessidades de Saúde Mental na população e na desconstrução do modelo institucional repressivo e segregado existente. Por isso, desenvolvemos uma metodologia moderna fundamentada na teoria psicanalítica (existencialista) e na filosofia humanista, centrada no paciente e não na doença. Tendo como prioridade do tratamento a consulta psiquiátrica e a terapia individual com o psicólogo.

O abordagem biopsicossocial é um modelo multidisciplinar que compreende as dimensões e estuda os aspectos biológicos, psicológicos e sociais para combinar recursos farmacológicos e diversas terapias para a identificação da raiz do problema, sendo, a metodologia multimodal um processo para reestruturar o “EU” fragmentado, aperfeiçoando habilidades, autoestima, resgatando valores éticos, familiares e também a responsabilidade de autonomia.
Portanto o tratamento atende a concepção de “saúde” da Organização Mundial da Saúde (OMS), que em 1946 definiu sendo um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência da doença ou enfermidade.

Assim, construímos um ciclo de temas que se inicia com a conceitualização do ser humano, desde sua origem com seu DNA emocional, seu histórico de luta por conquistas e satisfações, seus limites e medos no confronto permanente dos instintos de vida e de morte.
Dando ênfase no conceito da unidade psicofísica, toda semana é demarcada por um tema que se aborda tanto nas palestras diárias quanto nas atividades de expressão corporal.

Equilibrado entre atividades físicas, artísticas, intelectuais e de autoconhecimento, o cronograma do Hospital Estância Morro Grande utiliza-se de cada tema semanal para dar direção às atividades diárias, provocando o debate, esclarecendo dúvidas, visando o comprometimento, a reflexão e expressando sentimentos através de dinâmicas, musicoterapia, arteterapia, psicodrama, filmes e expressão corporal. Contamos também com os passeios e confraternizações no processo de ressocialização, acompanhadas de monitores e psicólogos que avaliam e discutem o comportamento dos pacientes no decorrer dos eventos e posteriormente avaliam em terapia.
Podendo assim, as pessoas experimentarem um novo conceito de relacionar-se com o externo, partindo de sí próprio.

Conheça o Corpo Clínico do HEMG

TEMAS

Vista lateral da rampa de acesso ao restaurante com vegetação florida.

Desde o momento da concepção até hoje e mesmo antes da concepção, qual é a minha história? Quem são meus pais? Por que eu nasci? E meus pais, por quê e de quem nasceram? De onde eu venho? O que estou fazendo aqui neste momento? Estas são as perguntas que nunca respondemos e que talvez nunca fizemos, porque tão só fazê-las é inquietante. Mas eu estou aqui e quero viver. Sinto vontades, instintos e desejos que se misturam na procura da satisfação. Sou um ser único no mundo, nunca haverá outro igual a mim. Eu tenho um DNA físico que se remonta a séculos e um DNA emocional que também traz atrelado minhas longas histórias e de meus antecessores.

Muitas pessoas vitimam-se e auto afirmam-se na doença. É o rótulo com o qual justificam sua internação: ‘Eu sou um dependente químico, portanto, não posso assumir nenhuma responsabilidade’. Seu EU fragmentado não permite reconhecer-se, olhar para sua história, responder a mais importante pergunta: QUEM SOU EU? Voluntariamente não aceita a sua capacidade de reinventar sua própria vida. As descompensações sofridas, o levam a renegar a si próprio. Na realidade estas são atitudes de onipotência que devem ser esclarecidas e trabalhadas, deixando de lado o orgulho ferido por inúmeros fracassos, reconhecendo as limitações, mas também, as próprias perspectivas de reconstrução.

O corpo é um instrumento de nossos sentimentos, por eles percebemos o mundo exterior através de nossos sentidos. Portanto, devemos esclarecer o papel do físico na formulação das experiências emocionais que compõem a psique. Valorizar o corpo significa cuidar saudavelmente e usufruir da inserção social que ele nos proporciona, independente de critérios e padrões de beleza.

As características físicas e psíquicas próprias de cada sexo, a necessária complementação entre ambos, que provoca atração e os prazeres decorrentes. Os processos hormonais, a evolução e amadurecimento que levam a procura da reprodução, manifestando-se na satisfação do instinto. Surgem os vínculos afetivos precedidos de sedução e carências. Estes podem levar-nos a fecundação ou a simples satisfação prazerosa. Outros estágios de prazer como relações circunstanciais ou a masturbação cumprem também um papel importante na vida sexual. Os conceitos socais do poder sexual (falo) surgem do papel preponderante do físico masculino, enquanto o conceito de reprodução está ligado culturalmente com a feminilidade, isto gera preconceitos e despreparo na procura da satisfação do instinto.

A minha individualidade e as características particulares se contrapõem e se complementam numa sociedade em que os códigos de troca predominam. As relações interpessoais exigem comunicação e respostas, na procura de satisfação de nossas necessidades básicas e prazeres. As diferenças sociais e culturais prejudicam este diálogo, interferindo constantemente na redefinição de valores e influenciando objetivos pessoais. Como base desta sociedade, está a família estruturada num conceito de convivências de respeito, segurança e afeto. Quando estas relações interpessoais não têm o código certo e a troca justa, geram as doenças familiares e sociais.

Nas relações parentais os papéis de complementação mútua asseguram uma harmonia que permite atingir os objetivos básicos da família, como a alimentação, procriação, segurança, e desenvolvimento; gerando transferências afetivas positivas. Quando a procura destas relações se deturpam por atitudes possessivas surgem vínculos doentes, complementares de castração ou superproteção, impedindo o amadurecimento dos membros mais frágeis da família. Cortar estes vínculos simbolizados no cordão umbilical representa a possibilidade de atingir a independência e autodeterminação de todos os membros.

O momento e o lugar onde estou inserido limitam as minhas realizações. Quanto mais perto da verdade for a análise que eu faço destas circunstâncias, mais intensamente poderei viver. Verdade versus fantasia é igual à alegria concreta vs ficção. Muitas vezes pelo nosso medo de viver profundamente mascaramos a realidade com falsas expectativas, sempre culpando o mundo porque estas não nos darem uma satisfação sustentável.

Uma barragem represa a água de um rio que fluía livremente. Se bem fundamentada e controlada, esta represa pode ser benéfica, pois evitaria excessos e até poderia produzir energia. A repressão de sentimentos pode ser negativa quando não tem fundamentos ou não é bem administrada, mas às vezes é necessária, pois o descontrole de nossos impulsos podem gerar conflitos. Os limites sociais são necessários para uma convivência prospera, mas quando não tem fundamentos reais, ou quando não são compreendidos ou aceitos, geram uma dicotomia e controvérsias que nos levam às frustrações, impotências ou reações descontroladas. O equilíbrio é o antídoto da repressão.

Por sermos seres inteligentes, temos a capacidade de descobrir novas possibilidades e distinguir o bom e o ruim das mesmas. Isto implica na coragem de fazer opções, ou seja, aceitar e perder. Como seres inteligentes também entendemos a necessidade do respeito à convivência, portanto quando conscientemente tomamos uma decisão, esta implica na responsabilidade das consequências da mesma, podemos nos beneficiar prejudicando terceiros, ou podemos ceder para benefício comum.

Vivemos numa permanente frequência pendular: satisfação e insatisfação. Quando atingimos um prazer sentimos imediatamente a vontade de repeti-lo, isto até acontece fisiologicamente em nossos processos hormonais e biológicos, sentimos fome, comemos, e logo voltamos a sentir fome. Necessidades e satisfação, carências e prazer, medo e segurança. Quando o movimento entre esses polos opostos não procuram um estado de equilíbrio sustentável, permitindo uma variação mínima entre ambos, procuramos excessos que nunca nos satisfazem. Assim gera-se a repetição de prazeres inconsequentes de curta duração, os chamados prazeres imediatos, que podem gerar estados de masturbação ou compulsão.

Em muitas ocasiões, os prazeres imediatos cumprem um papel anestésico perante a nossa incapacidade de enfrentarmos uma realidade perturbadora. Fugir do momento atual que nos cobra um compromisso, implica em atingir um estado de irrealidade prazerosa através de auto enganação, vivendo estados de onipotência, sejam por prazeres físicos (álcool, drogas, medicamentos) ou estados de mitomanias.

Pelo impulso vital que nos estimula a sempre crescer, e pela nossa capacidade criativa de imaginarmos estados de prazerosa satisfação, procuramos a superação constante, o que implica em deixarmos a nossa zona de conforto atual para arriscarmos em novos projetos. Cada decisão implica em renúncias a outras situações de segurança, o que gera medo. Conviver com o medo é realmente viver em progresso.

Pela dificuldade de reconhecer nossa impotência perante a realidade que nos circundam, nós não podemos confiar em estados de satisfação ou segurança permanente. A garantia de uma realização ou conquista sempre está vinculada ao tempo, em qualquer momento podemos perder, definitiva ou parcialmente, o que implica no enterro de sonhos. A perda de relações afetivas, seres queridos, situações financeiras ou profissionais, podem mudar nossos projetos inesperadamente. Isto é a vivência da dor.

O Centro de Atenção Permanente, ou CAP, é a personalidade que precisa da aprovação constante ou do cuidado externo permanente, para poder sentir-se em segurança. Estados de Infantilismo que requerem constantes testes de afeto e cuidado, pois não confiam na sua capacidade de lidar com as exigências do dia-a-dia. O colo materno se transfere a qualquer adulto ou até a sociedade como um todo. A responsabilidade de viver é transferida a terceiros com as consequentes cobranças quando suas necessidades não são satisfeitas. Chama atenção pela dor (vitimização) ou pelo sucesso midiático.

Recuperação significa Reocupar um espaço. Ou seja, o espaço era nosso e nós o perdemos por descuido ou incapacidade. Agora devemos procurar os meios para reviver toda a nossa história. Resiliência é a característica de alguns materiais (ex.: a mola) que mesmo sofrendo uma forte contraposição, volta a estado original. Os seres humanos resilientes tem a capacidade de superar as adversidades e retomar o caminho empreendido originalmente, mas agora com mais experiência e fortalecidos pela vitória da superação.

A terapia implica num processo detalhado de autoconhecimento, onde poderá entrar em contato com experiências negativas e doloridas, que são difíceis de enxergar e aceitar. E conjuntamente elaborar sentimentos conflitantes que nos permitem resignificar o passado. E assim cicatrizamos os sofrimentos, resgatando o presente. Cada paciente por suas características pessoais requer um cuidado individual. Portanto, isto determinará o tempo e a metodologia terapêutica.

Objeto é matéria. Objetivar é materializar nossos sonhos. Portanto, atingir nossos objetivos implica um planejamento real e consistente, onde as metas devem ser precisas, muito claras e mensuráveis. Desta forma, nós estaremos sempre controlando e avaliando nossa produtividade e o momento que nos encontramos para a nossa realização pessoal. O futuro deve ser construído com conquistas diárias, que são alicerces de nossa vitória.

Disciplina não é contrariar nossas vontades, e sim reprogramar nosso conceito de prazer. As pequenas conquistas do dia-a-dia podem ser estados de prazer para quem tem consciência de um triunfo a médio ou longo prazo, diferentemente de quem fica analisando o valor do esforço investido para atingir os objetivos. Tudo que vivenciamos tem um custo físico e emocional, o equilíbrio entre ambos é o que vai nos beneficiar pelos nossos investimentos. Desenvolver nossas capacidades ao máximo, é saber aproveitar toda e qualquer oportunidade de crescimento, assim atingiremos todos os espaços que temos por direito.

Projetar é ejetar para frente. Eu me jogo em uma direção para o longe, partindo do momento atual e vislumbrando os meus objetivos, isto estabelecendo uma zona de decolagem eliminando passado e fracassos. De agora em diante é só viver o hoje pensando no futuro. O que eu desejo para mim? O que vou fazer hoje para atingir este sonho? Assim, um programa de metas específicas e mensuráveis com controle periódico dimensionando as tarefas do dia-a-dia e curtindo estas conquistas, requer uma análise consciente de minhas capacidades e da realidade que me circunda. É fundamental a transcrição deste projeto com metas e datas específicas.

Os diversos trabalhos, atividades e eventos em que participam os pacientes, expressam seus sentimentos durante o processo terapêutico, visando sempre o autocontrole, a superação do problema e os desafios do convívio social.
Sempre incentivamos as capacidades e a criatividade para que utilizando-as em seu benefício recupere a credibilidade em si próprio, desenvolvendo desta forma um sentimento crítico.

Biológico:

Fazemos o levantamento do histórico médico e investigamos os sintomas físicos para entender como a causa da doença pode estar no organismo do paciente. São abordadas questões da saúde física, predisposições genéticas e efeito dos medicamentos e outras drogas.

Psicológico:

É onde ocorre a conscientização. Os terapeutas ajudam o paciente no processo de autoconhecimento por meio de terapias individuais e/ou em grupo, levantam possíveis causas psicológicas e dificuldades existentes, abordando questões como habilidades sociais, relacionamentos familiares, autoestima, trabalhando traumas e complexos existenciais desenvolvidos ao longo da vida.

Social:

Investiga os fatores sociais como aspectos socioeconômicos, culturais e inter-relacionais com o objetivo de avaliar o paciente no seio familiar e todo o meio social que vive, trabalhando assim as dificuldades que aparecem no decorrer dessas relações. Esta fase requer que o paciente esteja engajado no processo terapêutico e passe por avaliação da equipe.

Diretor e Psicólogo
Juan M. Urbinati
CRP 6/18198

Médico Psiquiatra e Responsável Técnico
Marcelo Alexandre Russo
CRM – 59843

Ana Valentina
CRM – 99805

Anne M. Raicher
CRM – 129050

Luiz Henrique Gilindo Barros
CRM – 237069

Marcus Alexandre Cavalcanti Rotta
CRM – 109339

Marcus Manno
Ginecologista – CRM 77730

Ricardo Pagrion Neto
CRM – 234451

Ruben F. M. Vargas
Psiquiatra – CRM 132092

Vanessa Aparecida de Oliveira
CRM 151803

Waldemar L. F. Pires
Psiquiatra – CRM 181695

Elidio V. dos Santos Neto
Psiquiatra – CRM 229398

Gladison B. de Camargo
Psiquiatra – CRM 97923

Coordenadora e Psicóloga
Daiane R. Campos
CRP 6/122545

Psicóloga
Janaine de O. Cardoso

CRP – 06/168549

Psicóloga
Aline C. P. Alves
CRP 6/172881

Psicólogo
Bruno Sommer Franco Trindade
CRP 6/176909

Psicóloga
Giuliana Piccirillo da Silva
CRP 6/190425

Psicólogo
Isaú do Nascimento Santos
CRP 6/171648

Psicólogo
Miller Domingues Lopes
CRP 6/187059

Psicólogo
Paulo Francisco Magnani

CRP – 06/135332

Psicóloga
Rafaelly S. F. Vieira
CRP 6/173441

Farmacêutico
Hugo Alex Cipullo de Souza
CRF 53900

Enfermeiro e Responsável Técnico
Clever Francisco Campos
COREN 236521

Enfermeira
Jaqueline de Lara Silva
COREN 740291

Enfermeira
Cinthia de Oliveira Prokisch da Silva
COREN 718035

Enfermeira
Fabiana Rodrigues de Camargo Silva
COREN 302887

Enfermeiro
Jason Rodrigues da Costa
COREN 334573

Assistente Social
Maria Benedita Soares
CRESS – 50146 (9ª região)

Nutricionista
Luciene de C. G. Santos
CRN 44972

Educador Físico
Hector F. Pecci
CREF

Professora de Dança
Mirian Pagani

Professor de Filosofia
Benedito Ivair Cardoso